domingo, 23 de outubro de 2016

1951 - E os deuses urdiram sua trama sublime

Impossível lutar contra eles, quando se unem para atoleimar os humanos:

Hathor: deusa egípcia das mulheres, do amor, da alegria, do céu, da dança e do vinho;
Ísis: deusa egípcia do amor e da magia;
Afrodite: deusa olimpiana da beleza, do amor e do sexo; equivalente a Vênus, da mitologia romana;
Eros: deus olimpiano do amor e do sexo;
Pothos: deus olimpiano da paixão, anseio e desejo;
Anteros: deus olimpiano do amor correspondido, mas consciente, e vingador do amor não correspondido;
Himeros: deus olimpiano do desejo amoroso, sexual;
Freya: deusa nórdica do sexo e da sensualidade, fertilidade, do amor e da atração, da luxúria, da música, das flores, da magia, da adivinhação e da riqueza;
Frigga: deusa nórdica da fertilidade, do amor e da união; também protetora da família, das mães e das donas-de-casa, símbolo da doçura;
Oxum: deusa candomblé ketu dos rios, do amor, do ouro e da riqueza, protetora dos recém-nascidos;
Rudá: deus do amor na mitologia tupi;

entre muitos outros, num verdadeiro conluio altamente conspiratório, me trouxeram ela:



Maria de Lourdes Scoss


Hospedada no mesmo hotel-pensão em que eu morava, nos encontramos no corredor; ambos já flechados; falei qualquer coisa, perguntei algo e ela respondeu me tratando por "você". Perguntei por que estava me tratando com tanta formalidade (no RS, a gente se "tuteia" no informal). Ela disse que o "você" não era por formalidade, mas a forma como se tratavam na terra dela, catarinense de Tubarão morando em Lages, e blá blá blá, não lembro mais do que ela disse na íntegra. Estava fisgado.

Logo depois ela voltou para Lages, pra passar o final do ano com os pais (acho que sabia que poderia ser o último ano com eles), e trocamos cartas. Eis algumas (dispenso as gozações):
















Em 1952 ela voltou a Porto Alegre, onde trabalhou para o Lorgus, um importador; escrevia cartas ditadas por ele em várias línguas; ganhava muito bem e trabalhava poucas horas por dia.

Resolvemos nos casar. Fomos atrás disso, mas descobrimos que, como eu estava servindo o exército, precisaria de uma autorização especial que demoraria muito tempo e teríamos de passar por uma burocracia medonha. Desistimos do civil, resolvemos casar só no religioso. Na igreja de Porto Alegre ela descobriu que o vigário de lá era um antigo sacristão da igreja de Lages, sujeito nada religioso e muito sacana; e decidiu que não receberia as bênçãos religiosas de um sujeito como aquele. Então resolvemos morar juntos sem papelada nenhuma; nossa ideia era correr o mundo, trabalhar em navios como temporários e ir parando em todos os portos.

Tivemos oito filhos. E nunca nos casamos.


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